quinta-feira, 19 de novembro de 2015
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
Pesquisa em História da Educação
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO COMO CAMPO DE POSSIBILIDADES INVESTIGATIVAS
Maria Silvia Bacila Winkeler
Disciplina: História da Educação
FONTES DE PESQUISA PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
As fontes de pesquisa em História e História da Educação vêm se transformando, nas últimas décadas, em foco privilegiado de atenção, traduzido por inúmeras publicações que tratam do que alguns autores denominam de novas fontes, como também de discussões sobre as novas tecnologias utilizadas para o registro, a organização e a preservação de documentos em banco de dados ou para a informatização de acervos documentais. Soma-se a isso, a publicação de coletâneas que disponibilizam e facilitam o acesso a fontes de investigação. (ANDREOTTI, 2005)
A diversificação de fontes de informação, consequência do alargamento dos campos da História, trouxe novos objetos e a ampliação das fontes, dinamizando o conceito de documento, que segundo BELLOTO (1991, p. 14) é qualquer elemento gráfico, iconográfico, plástico ou fônico pelo qual o homem se expressa.
A extensão de fontes para a pesquisa aproximou a História e a História da Educação de áreas do conhecimento, tais como, a Arquivologia, a Biblioteconomia e a Arqueologia. Atualmente, acrescentam-se as técnicas de informática, cada vez mais usuais no trabalho de armazenamento, organização e divulgação de informações. Com isso, o pesquisador da História e da História da Educação se depara com termos próprios de outras áreas de investigação, o que torna necessário revisitar certas definições.
ACERVO
No exame do conceito de acervo, palavra de origem latina que significa acumulação e muitas vezes referenciada como velharia, vem a ideia de passado, da acumulação de indícios, que se materializam em documentos, em bens ou em patrimônio. A quantidade é uma das variantes a que se submete o acervo que compõe os arquivos, as bibliotecas, os museus e os centros de documentação, onde encontramos um conjunto desses indícios, identificado com o que denominamos fontes de pesquisa, classificadas em primárias e secundárias.
O termo “fontes” está associado à origem, à procedência, à fonte de consulta que fornece informações. Na filologia, área do conhecimento que privilegia o estudo de documentos escritos antigos, fonte é termo identificado como texto ou documento original. As fontes de pesquisas para a História e as discussões em torno da especificidade desses documentos fazem parte de estudos como o de RODRIGUES (1969, p.143), que nos informa sobre os instrumentos dos trabalhos históricos, classificando-os em fontes primárias ou originais, como aquelas que contém informações de testemunho direto dos fatos e fontes secundárias ou derivadas, que contém uma informação colhida por terceiros. Uma mesma fonte pode ser primária em certos pontos e secundária em outros, completa este autor.
No trabalho com fontes de pesquisa nos deparamos com publicações que recuperam documentos e trazem de forma ordenada essas informações. É o caso dos catálogos, um trabalho instrumental com a função de qualificar e ordenar informações, com o objetivo de divulgar os diversos documentos de um acervo, de uma biblioteca ou de um arquivo; como também a publicação de inventários, muitas vezes temáticos, elaborados a partir de um levantamento minucioso e sequencial nos catálogos disponíveis.
Esses trabalhos não são mera reunião de informações, mas trazem consigo uma forma de conhecimento. A produção desses instrumentos de pesquisa, tais como, guias, catálogos e inventários facilitam, divulgam um acervo e diminuem a dispersão de informações. Da mesma forma assiste-se a um esforço de várias instituições na criação de Centros de Memória e de Documentação, de Museus Escolares etc., objetivando a coleta, a compilação e a preservação de acervos documentais de uma forma geral.
Os documentos são o ponto de partida e somente se constituem em fontes de pesquisa a partir da indagação do pesquisador. Observa que as fontes históricas não são a origem do fenômeno histórico, não são as fontes da história, mas documentos que nos fornecem informações para a compreensão de dado fenômeno.
NADA É FONTE...
Nada é fonte de pesquisa até que o pesquisador formule suas questões ou como bem assinala HOBSBAWM (1998, p. 220), em geral, não existe material algum até que nossas perguntas o tenham revelado.
AS CONDIÇÕES...
No tratamento das fontes de pesquisa, algumas observações devem ser consideradas. Sem dúvida, o relato do processo da pesquisa, as dificuldades encontradas, o estado de conservação do material, as condições de guarda etc., são informações importantes, que esclarecem o trabalho de coleta e organização de fontes, complementadas com a descrição dos documentos, sua importância e especificidade, como uma etapa inicial do trabalho.
PARA ANDREOTTI (2005),
A necessidade de selecionarmos o material, o que corresponde a uma intenção e conhecimento prévio do pesquisador, que concedem, muitas vezes, olhares distintos sobre a mesma fonte de investigação; o cuidado em não nos deixarmos influenciar por uma visão impregnada do presente; a necessidade de ultrapassarmos a mera descrição do documento, observando que o documento não contém um caráter explicativo em si, são procedimentos que transformam essas fontes em objetos de pesquisa.
CERTEAU (2005),
“Observo o risco de se avaliar com os critérios do presente um debate do passado”
A problematização dentro de um quadro explicativo e de um referencial teórico; a reunião de informações muitas vezes fragmentadas e as conexões possíveis com um universo mais amplo transformam as fontes em significados explicativos e levarão o pesquisador a não só descobrir o passado, mas explicá-lo, e ao fazer isso, fornecer um elo com o presente.
As fotografias são suportes que chamam a atenção por se constituírem em testemunhos que investem de caráter momentos que se perdem, que se transformam e muitas vezes, idealizados.
A fotografia se apresenta como apenas um fragmento, e com o passar do tempo suas amarras se desprendem. À deriva, vai-se transformando em passado difuso e abstrato, aberto a qualquer tipo de leitura.
O projeto “Levantamento e Catalogação das Fontes primárias e secundárias para a História da Educação” elaborado em 1991, quatro anos após a criação do Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” – HISTEDBR, foi uma proposta de trabalho coletiva visando a recuperação de fontes de pesquisa em História da Educação, como também aglutinar Grupos de Trabalho através de um projeto comum. Atualmente, esse é um projeto permanente de vários Gts que compõem o HISTEDBR e se constitui em um esforço de investigação e disponibilização de documentos necessários aos pesquisadores em História da Educação e como bem assinala LOMBARDI (2000, p. 145), é um trabalho instrumental e subsidiário para o desenvolvimento de projetos dos vários Gts.
PESQUISAS HISTÓRICAS E ALGUMAS POSSIBILIDADES DE COMPREENSÃO – SUGESTÕES!
OS SENTIDOS DA ALFABETIZAÇÃO – SÃO PAULO 1876/1994 – Maria do Rosário Longo Mortatti;
O MOVIMENTO DA MATEMÁTICA MODERNA NO PARANÁ 1960/1980 – Reginaldo Rodrigues da Costa;
INFÂNCIA E EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA ABORDAGEM HISTÓRICA – Moysés Kuhlmann Jr.
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