Século XIX e a Educação Nacional
Por:
Maria Silvia Bacila Winkeler
Base
na obra de:
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação e da Pedagogia: Geral
e Brasil. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2006.
No século XVIII a REVOLUÇÃO INDUSTRIAL começou a alterar a
fisionomia do mundo do trabalho e no século XIX esses impactos são percebidos.
As novas máquinas modificaram profundamente as relações de
trabalho trazendo a população do campo para a cidade.
O século XIX representou o período da consolidação do poder dos
burgueses, que até então tinham sido os opositores ao regime aristocrático e
feudal.
O contraste entre a riqueza e a pobreza era CRUEL nesse século
em que a jornada de trabalho se estendia de 14 a 16 horas, inclusive mão de
obra infantil e feminina.
Na onda do nacionalismo do século XIX, a Europa presenciou a
unificação da Alemanha e da Itália, ambas em 1870. Na América, as colônias
espanholas e portuguesas tornaram-se independentes.
EDUCAÇÃO –
CARACTERÍSTICAS GERAIS
Enquanto o Estado se esforçava para oferecer escola gratuita
para todos os ricos ainda procuravam escolas tradicionais religiosas.
Apesar da crítica dos religiosos à educação laica, lentamente os
governos conseguiram intervir, inclusive
nas escolas particulares por meio da legislação.
Deu-se uma grande expansão da rede escolar (escola elementar,
secundária e superior) e surge a pré-escola.
Na escola secundária manteve-se o dualismo curricular.
No ensino superior surgem as escolas politécnicas para atender
às necessidades do avanço tecnológico.
Duas fortes influências:
- Froebel – jardins de infância;
- Pestalozzi – com a educação humanista e erudita na escola
elementar.
FRANÇA
Desde a Revolução de 1789 os franceses defendiam a educação
pública e gratuita.
No começo do século XIX Napoleão voltou seus interesses ao
ensino superior deixando o ensino elementar a cargo das ordens religiosas SEM a
GRATUIDADE tão defendida.
Após a queda de Napoleão (18 de
junho de 1815) , quando foram
reestabelecidas as relações com a Inglaterra,
os franceses aproveitaram-se das técnicas do ENSINO MÚTUO.
ANDREW BELL e JOSEPH LANCASTER
Entre 1815 e 1820 – abriram mil escolas com mais de 150 mil
alunos. O projeto extinguiu-se em 1870.
INGLATERRA
Devido à tradição do Estado, a educação continuou como função da
sociedade civil, subvencionada por igrejas ou fundações particulares.
A partir de 1830 o governo inglês implantou as public schools – inicialmente
frequentadas por crianças mais ricas.
Robert Owen (1771-1858) fundou escolas para os filhos dos
trabalhadores.
Ensino Mútuo.
MUDANÇA DA
CORTE PARA O BRASIL
Com a vinda de D. João VI o Brasil passou por mudanças
consideráveis: instalação da imprensa, museu, biblioteca e academias.
Na Assembleia Constituinte de 1823 – discussões sobre a educação
voaram alto demais. Motivados pelos ideais da revolução francesa, os deputados aspiravam um SISTEMA NACIONAL DE
INSTRUÇÃO PÚBLICA.
Em 1827 finalmente foi instituída a LEI “A ÚNICA QUE EM MAIS DE UM SÉCULO SE
PROMULGOU SOBRE O ASSUNTO PARA TODO O PAÍS E QUE DETERMINA A CRIAÇÃO DE ESCOLAS
DE PRIMEIRAS LETRAS EM TODAS AS CIDADES, VILAS E LUGAREJOS...”
Considerado ambicioso demais foi engavetado e esquecido antes de
ser aprovado.
Na Constituição de 1824 havia menção para a criação de um
sistema nacional de educação, mas não foi contemplado em 1827.
Elite educava seus filhos em casa com preceptores.
1867 – apenas 10% da população estava matriculada nas escolas.
Ensino Mútuo - desde 1819.
Reforma de 1834 – descentralizou o ensino elementar e
secundário. Poder central somente o superior.
Apenas após a PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA (1889) – são
instituídos os GRUPOS ESCOLARES.
MÉTODO INTUITIVO - MERIE PAPE CARPENTIER (1815 – 1878) – sentidos são a porta do
conhecimento.